Hermione Granger(Emma Watson)
Nasci a 19 de Setembro do ano de 1979, em Nottigham. Não pesava muito e não tinha sequer um quarto de um quarto do cabelo que tenho agora. Pois é, para quem me conhece, nem sempre tive um cabelo assim.
Desde pequena que me comecei a interessar pela escrita e pela leitura e agora aqui estou eu, a escrever a minha autobiografia. Aprendi a ler e a escrever com quatro anos e, embora não lesse tão bem e tão rápido como agora, lia bastantes livros. O que é que posso dizer, os livros completam-me. Os livros e alguém de quem vos falarei mais tarde.
Lembro-me muito bem do meu primeiro dia de escola. Apesar de adorar estudar, estava aterrorizada. O meu coração saltitava no meu peito e a minha garganta estava seca. O meu pai, com ambas as mãos apoiadas nos meus ombros, dizia-me que tudo iria correr bem e que quando fizesse um amigo, tudo se tornaria mais fácil. O meu pai sempre me apoiou em tudo e hoje em dia, apesar de ter 27 anos, ainda o continua a fazer. Foi ele quem me ensinou muitos dos valores morais que transmiti aos meus filhos, dos quais falarei mais tarde. Ensinou-me que devemos julgar as pessoas como um bom leitor julga os livros, não pela capa, mas pelo conteúdo interior. Foi assim que eu aprendi. Sempre com os exemplos de livros. Ensinou-me também que não devia mentir e adivinhem o exemplo que me deu? Pois é, o Pinóquio. É um clássico do mundo muggle. Todavia não foi apenas o meu progenitor que me ensinou valores morais, a minha progenitora também o fez. A minha mãe é ainda hoje a minha melhor amiga. Ensinou-me a cozinhar, a desenhar, a ver as horas… É a eterna mãe-galinha, ainda para mais sendo eu filha única. Essa foi uma das coisas que nunca gostei na minha vida. O facto de ser filha única entristecia-me. Era tão triste não ter ninguém com quem brincar, ninguém para me proteger dos matulões da escola, ninguém com quem pudesse falar a cerca de namorados e coisas de raparigas. Todos os Natais e fins-de-ano pedia o mesmo desejo: um irmão ou uma irmã. Infelizmente esse desejo nunca se tornou realidade.
O meu primeiro ano de escola foi traumatizante, mas passei-o com distinção. Foi o mesmo ano em que descobri que era sobredotada. É verdade, sou sobredotada. Porém nunca fiz caso disso, aliás, pouca gente sabe disso. Os meus pais começaram a desconfiar depois de terem lido uma reportagem numa revista que falava sobre os sintomas que definem um sobredotado. Teimosia. Sim, sempre fui muito teimosa. Dificuldade em obedecer às ordens dos outros. Alguma mas fora da escola. Começar a ler aos 4 anos. Bingo! Mostrar bastante aptidão para o desenho desde criança. Bem, não me posso queixar. Achar sempre que têm razão. É verdade, o meu marido que o diga.
No segundo ano de escola ganhei um prémio. O primeiro de sempre, ainda por cima a nível nacional. Uma composição que fizera quando a minha bisavó morrera levara-me ao pódio. A professora gostava muito de mim e fazia questão de que eu soubesse disso. Sempre que mandava fazer exercícios, pedia silêncio a todos, e começava a andar por entre as filas de mesas. Quando chegava à minha beira, baixava-se e dizia-me ao ouvido: “e então a minha aluna preferida, como está?” eu sorria, corava e respondia num sussurro:”estou bem”.
O terceiro ano chegou e com ele uma escola nova. Deixei as ruas da cidade onde nasci e mudei para a povoada Londres. Foi muito difícil a adaptação à nova escola, mas felizmente consegui. E mais um ano, mais um prémio. Desta vez foi um poema que escrevi sobre a violência doméstica. Acho isso tão mão, tão nojento. Como é que um homem pode ter a coragem de bater numa mulher? É incrível e nem sequer quero imaginar o que elas sofrem.
O meu quarto de escola foi também o último numa escola normal. Foi em 1990/91. Exacto, eu comecei a escola um ano mais tarde. Em vez de ir para lá com seis anos fui com sete. As vagas eram poucas e apesar da minha família não ser de todo pobre, não houve nada que pudessem ter feito. Porém a coisa que mudaria a minha vida para sempre, aconteceu nas férias de Verão do meu último ano de escola primária. Albus Dumbledore, “o melhor director que Hogwarts alguma vez teve”, segundo Rubeus Hagrid, bateu à porta de minha casa no dia 23 de Julho. Fui eu quem abri a porta pois a minha mãe estava a fazer o almoço e o meu pai a trabalhar no escritório do andar de cima. Fiquei bastante surpresa com a roupa que o Professor Dumbledore envergava, mas convidei-o a entrar. Era um homem, como é do conhecimento geral, bastante simpático e bom. Disse-me que tinha uma coisa muito importante para me dizer e que queria que eu ouvisse com a máxima atenção e que por momentos esquecesse a lógica. “Esquece a lógica que tanto usas e da qual tantas vezes te socorres e deixa-te levar pelo mundo do impossível” foram as palavras que usou. Lembro-me como se fosse hoje. Ainda me lembro de ter ficado com a pulsação acelerada quando ele me disse que eu era feiticeira. Disse-me também que vinha de uma Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts. Eu fiquei surpreendida porém recordei a frase que ele me havia dito, “esquece a lógica”, e assim o fiz. Esqueci tudo o que os meus pais me tinham ensinado a cerca do existente e do inexistente e acreditei no velhinho de barbas brancas. Depois, obviamente que o professor quis falar com os meus pais. O meu pai não conseguiu pôr a lógica de lado e pediu ao professor para lhe fazer uma demonstração. O professor ajeitou os óculos de meia-lua na ponta do nariz, tirou a varinha do manto, sorriu e com um aceno de varinha fez aparecer um livro do nada. Se eu tinha dúvidas, elas dissiparam-se naquele preciso instante. Fazer aparecer livros, isso era muito útil. Desde cedo que me empolguei e ele disse-me que podia ficar com o livro. Adivinhem qual era, “Hogwarts: uma história”. Comecei a lê-lo e a relê-lo e no fim das férias já sabia todos os segredos de Hogwarts. Os meus livros e material foram-me entregues em casa por uma coruja de encomendas. Nunca tinha visto uma coruja.
No dia 1 de Setembro a minha era muggle acabou, assim como este capítulo.”
Hermione parou de ditar e deitou-se no sofá. Sorriu quando se lembrou de tudo o que viveu na escola primária, de todos os ensinamentos que lhe foram administrados… Não se podia queixar, tinha tido uma vida um pouco difícil quando era criança, mas havia superado tudo isso. Agora tinha uma casa bonita em Londres, dois filhos e um marido fabuloso.
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Espero que tenham gostado deste primeiro capítulo. Vou continuar a escrever esta história embora devagar, porque as aulas estão a começar. Muitas das coisas que estão na biografia dela tirei da minha vida, tal como os prémios. Infelizmente não sou sobredotada, mas li uma reportagem sobre isso e bem que a Hermione o podia ser. Deixem comentários e continuem a acompanhar a história. Saudações de Portugal.